Luís Miguel Couto — Deve haver algum equilíbrio en...

Deve haver algum equilíbrio entre a doutrina Augusto Santos Silva e a doutrina Aguiar-Branco. E, provavelmente, essa doutrina passa por o Presidente da Assembleia da República manter a noção de que também é deputado e pode marcar uma posição pessoal aquando destes comentários. Sem os reprimir.

A questão central, do meu ponto de vista, é o atual PAR ser tão interventivo perante o tratamento por tu ou você, bem como ser restrito quando há deputados que cumprimentam a galeria.
A simbologia do específico não teria grande relevância com o que tem sido a prática de condução dos trabalhos.

Luís Miguel Couto

Eu confesso que me preferi focar no problema abstrato de saber se o Ventura pode, ou não, enquanto deputado e num parlamento, dizer aquelas coisas. A minha posição (e estive um dia sem comentar isto porque não queria comentar a quente) é que pode e que a segunda figura do Estado não pode silenciar.

René Artois

Isso (não sei onde fui buscar a confusão). Gravoso talvez não seja, mas é uma frase tão impossível de interpretar de outra forma que não aquela que, enfim, é difícil. Mesmo para mim, que tenho esta posição, é complicado responder à pergunta da Ana Sá Lopes no Público, por exemplo.

René Artois

Esse ponto é bom e passei a manhã a discuti-lo com um colega, porque a resposta filosófica e sociológica é sim (cf. o skeet citado), mas a resposta jurídica é que algo dito na Assembleia da República tem de ter uma proteção superior.

Jonasnuts

À tua pergunta, acho que sim. A simbologia de ser a casa da Democracia obriga a um especial cuidado.
E por tal, defendo que os outros partidos e a sociedade civil deve reagir.
Até pq a xonofobia teve racismo e islamicofobia encapotada. Ele não diria aquilo de povos brancos de olho azul.

Jonasnuts

As opiniões dividem-se. Os turcos não pensam o mesmo. Ainda por cima quando eles dizem o mesmo sobre os arménios e os curdos.
Mas agora a sério as piadas de alentejanos não são para contar na AR. E um ministro PSD caiu exatamente por isso como o Aguiar Branco muito bem sabe.

René Artois

Há toda uma forma de colocar "os problemas" — rapidamente espalhada nos media e nas redes sociais — que é, em si mesmo, falaciosa e facciosa. Uma pessoa tem sempre e, sobretudo, deve sempre fazer tábua rasa para poder discutir qualquer coisa "viralizada" vinda daqueles lados

René Artois

Eu sei. São “bullies” e os “bullies” só entendem uma linguagem, a violência. Ao contrário do conselho de Michelle Obama “when they go low, we go higher” devemos fazer exatamente o oposto: “we go lower”. Nos debates até hoje só o Chicão conseguiu calar o Ventura porque fez exatamente isso.

René Artois

Isso é bálsamo de pouca dura. Por exemplo, nas regiões mais multiculturais e pobres de Paris, as pessoas votam à esquerda porque os seus problemas quotidianos nada têm a ver com a presença de pessoas diferentes — mas se essa realidade é contrariada pelo bombardeamento mediático, a perceção muda

Louro

No meu ponto de vista, Ventura pode.
O PAR tem uma amplitude de reacções possíveis. Desejaria que JPAB tivesse dado nota da coisa, de forma suave e construtiva. Não só perde espaço nos moderados, como perde legitimidade para ser restrito na condução dos trabalhos, como aparentemente pretendia.

Luís Miguel Couto

AB: "Se houver quem entenda q o Regimento deve ser alterado, até no sentido d o PAR ter o poder p/ censura, q o faça q o proponha”

Se chegarmos aqui, dificilmente s volta atrás. AB poderia ter "opinado" algo mais mas terá querido ser equidistante neste tipo de matérias. A ver se o mantém.

Luís Miguel Couto

Ora aí está, eu sou dos que considero que AB mal n esteve mal, mas podia ter "amansado" a coisa em tempos de susceptibilidades +/- exarcebadas. Lamento o sucedido e + ainda a perda de oportunidade do Parlamento em enfraquecer o CH mas foi o contrário. Esta gente n quer discutir/debater, mas apontar

Luís Miguel Couto

Escrutínio à lupa d palavras, conceitos, vírgulas, frases e condenação imediata c/ censura e votos de afastamento d funções torna ou poderá tornar as funções de PAR impossíveis a n ser q a sua opinião seja comum aos "apontadores de dedo". Tratar isto devida/ seria + produtivo p/ destruir o ch

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