Publicitário e crítico musical, quando é possível conciliar estas duas coisas.
vianadiego.wordpress.com/2024/05/12/o...
Nas palavras do secretário de Comunicação Social do governo federal, Paulo Pimenta, o dilúvio no Rio Grande do Sul é o maior desastre ambiental já ocorrido no Estado. Geralmente catástrofes são ranque...
vianadiego.wordpress.comMuitos dos que estão mentindo agora já deviam estar cassados e/ou presos. A fábrica fascista de mentiras está plenamente operante e ainda urge desmontá-la.
E só mais uma coisa: o inquérito das fake news segue no STF sendo investigado, mas produziu muito pouco de conclusões e punições. E é isso que dá aos fascistas a segurança de voltar a mentir de forma industrial. +
Os de sapatenis e perfume dizendo que não é hora de apontar culpados, livrando assim a cara dos culpados; e os enquanto isso a cachorrada culpando quem está agindo para ajudar. Os fascistas estão alvoroçados, sentiram cheiro de morte, e sua pulsão está a pleno vapor. +
O Estado é o que se põe entre eles e a destruição que querem levar avante. E mentir pisando na cabeça de mortos e desabrigados não é nada para eles.
O fascismo vai usar politicamente todo e qualquer acontecimento, com uma divisão de tarefas bem definida: +
O objetivo é usar politicamente a morte alheia contra o Estado. Não o PT nao o Lula, o Estado. O Estado é o que está entre eles e o poder, e mesmo quando estiveram no poder, o usaram para destruir o Estado tanto quanto puderam. +
Nada disso é verdade, a não ser para quem vive no mundo encantado do fascismo. Mas cada uma dessas mentiras provoca mais mortes, desnimando doadores e atrapalhando quem está na linha de frente. O objetivo delas é óbvio e as consequências também. +
Enquanto isso, o Véio da Havan estaria salvando vidas, a Internet do Sr. Almíscar seria a única funcionando, a Beyoncé teria criticado a Madonna por fazer show tão perto da desgraça. +
Segundo eles, o governo federal não fez nada, recusou ajuda uruguaia, está impedindo os caminhões de ajuda de chegarem, está cobrando impostos sobre as doações. +
Paralelamente à tragédia no RS há outra, que parece menos grave mas agrava muito a primeira. É a avalanche de mentiras sobre a situação, orquestrada pelos mesmos seres que mentiram sobre a covid e a vacina. +
, sua capacidade de influenciar o seu entorno, o poder que esta arte lhe conferiu e o uso que faz dele. E aí, meus amigos, não há como não compreender a sua grandeza.
(desnecessariamente, continuo achando). Mas, novamente, quem dera mais gente o fizesse com a competência e coragem dela. Porque a medida da arte da Madonna talvez seja, tanto quanto a música ou a plasticidade visual, +
Porque ela usa estes elementos de forma indisfarçavelmente autoral, ao contrário de muitos dos que vieram depois. Num tempo em que estrelas como Drake usam ghost writers para compor seus raps, Madonna mantém controle total sobre sua arte e expande essa arte ainda que sacrificando os músicos. +
E aí está a encruzilhada do show da Madonna e da propria Madonna. Pois os elementos artísticos usados por ela na confecção de um espetáculo tão complexo são usados por inúmeros de seus copiadores para diluir o espetáculo. +
- mas afinal para que serve uma assessoria competente? Ainda assim, a lista de rostos era irretocável e passava recados fortes. Ela sabe fazer afinal, ela participou da invenção disso. Quem dera seus imitadores o fizessem com um pouco da sua capacidade e coerência. +
(que afinal Madonna tem) ou mesmo um espetáculo visual exuberante por uma série de posicionamentos políticos - em inglês, lacração. Madonna faz isso com enorme propriedade, mesmo que eu desconfie que ela mesma não conhecia parte dos personagens exibidos no telão ao final do show +
No caso de Madonna, o posicionamento político firme vem de longe, como ela mesma lembrou, com figuras como Keith Haring e outros mortos pela AIDS no telão. Mas é impossível não pensar nos tempos atuais, em que aspirantes a estrelas pop tentam substituir um trabalho musical sólido +
E só quem percebeu isso pôde fruir o que via-mais-que-ouvia. O que leva à questão política, expressa muito mais visual que sonoramente. Tanto quanto artístico, o show foi um manifesto politico - um statement, em português. A esquerda está encantada e a direita furiosa, comme il fault. +
Não à toa Anitta e Pablo Vittar, convidadas tão especiais, entraram mudas e saíram caladas, e ninguém pareceu se importar. Suas performances visuais tiveram tanto peso quanto teriam cantando. Não era um show musical, era outra coisa, elaborada nas últimas quatro décadas. +
Uma avaliação com que concordo é que o ritmo do show foi entrecortado demais, talvez devido às múltiplas mudanças de figurino - com essa idade, Madonna não conseguiria encenar o Mistério de Irmã Vap. Mas justamente as mudanças, as danças, as projeções, são 70% de tudo - a música os 30% restantes. +
Tudo milimetricamente planejado, inclusive o momento de sair do planejamento. Nisso tudo, a música se torna apenas um dos múltiplos elementos do espetáculo, um pouco como um samba-enredo, sobre o qual se constrói o desfile da escola, não dispensável, mas com diversos usos. +
Reclamei da falta de músicos antes do show, mas havia músicos - que eram também dançarinos, atores etc. Houve momentos de puro playback, incluindo a voz, e outros apenas de instrumentos ao vivo, incluindo ela trastejando ao violão por causa das unhas grandes. +
No fundo, a própria Madonna talvez represente essa encruzilhada. Ao longo de 40 anos, ela participou e promoveu a transformação de espetáculos de música em audiovisuais, impecáveis e sem qualquer improviso - a não ser que ela queira, é claro. +
Um amigo, músico e historiador, mandou mensagem hoje de manhã: Túlio, se você for escrever sobre o show da Madonna, me marca, que eu não cheguei a uma conclusão. Eu ri, mas não sei se posso ajudar muito. São muitas variáveis... O que eu acho é que o show da Madonna é uma encruzilhada. +
Vai piorar, e os fascistas vão continuar negando a existência do fogo enquanto derretemos, enquanto o ar condicionado deles aguentar. E na hora do desastre mudando a foto das redes sociais para uma com colete da defesa civil, cuja verba eles cortaram.
E em vez disso segue às voltas com fascistas que seguem cortando os gastos em prevenção, desregulamentando tudo o que podem, desmatando tudo o que podem, como se não houvesse amanhã, e realmente estão providenciando para que não haja. +
E enquanto isso o centro-oeste numa seca gigantesca - ou vocês acham que não tem ligação?
O que mais me entristece é que o Brasil deveria ser referência mundial de enfrentamento das mudanças climáticas. Deveria ser uma lideranca, um exemplo. +
os repasses do governo o federal não terem sido feitos simplesmente porque as prefeituras e o estado não apresentaram projetos, e tudo isso com milhares de desabrigados, cidades ilhadas, rios destruindo pontes e estradas, mortes. +
O que mais me entristece nessa tragédia da Região Sul não são os cortes de gastos para Defesa Civil, prevenção zero mesmo diante da previsão do tempo antecipada, a repetição do pix do governo estadual pedindo dinheiro à população depois de cortar os gastos em prevenção, +
Ah, mas show pop é muito mais que isso. Sim, eu sei, e sei que ela foi uma das inventoras disso. Ainda assim. Não tem justificativa. Tem o som, tem o palco, tem tudo. Sem músicos é só teatrinho. Foi mal aê.
Opinião (im)popular: show com playback fazia o Dalto, cantando Muito Estranho no baile do Clube do Sindicato dos Fumageiros em 1982, quando a Madonna lançava seu primeiro álbum. Agora, ela fazer isso no maior show da sua carreira é inaceitável. Não tem desculpa.
Sobre a escavação do Rock in Rio: eu adoraria que a Angélique Kidjo fizesse algum show no Brasil além do festival, que deve durar uns 20 minutos. E é só. Nada mais me atrai. Acabou, né?
O apartamento/estúdio dele em São Paulo pegou fogo, e ele, em vez de sair, tornou a entrar no quarto para resgatar gravações. Ainda foi levado para o hospital, mas não deu. Deixou sua visão de música para nós.
O São Paulo Confessions não está nas plataformas, mas tem todo no YouTube. Vai lá ouvir.
Segundo a Wikipedia, a Madonna na época declarou que esse era seu álbum preferido, e ele foi incluído naquele livro de 1001 discos para ouvir antes de morrer (e o Tanto Tempo também).
E aí, antes mesmo de o álbum ser lançado no Brasil, o Suba se foi tragicamente. +
Não é um disco de canções, até sua versão de A felicidade, de Tom e Vinícius, é climática. E é um espanto o som que ele faz. O álbum tem participação de vários ex-produzidos e amigos: Scandurra, Arnaldo Antunes, o Mestre Ambrósio todo, e mais Kátia B, Taciana Barros, Frejat. +
E aí em 1999 o Suba gravou seu próprio álbum, o chamado disco de produtor - algo raro por aqui, mas comum lá fora - Quincy Jones fez vários, procure um chamado Back on the block. Suba toca, compõe, mas sua principal assinatura é a produção e o som que tira, os timbres, a espacialidade, os climas. +
Mas principalmente, um jeito de usar o estúdio que era absolutamente novo por essas bandas e que desvendava a música ao ouvinte, botava a escuta em outro patamar. +
Todos com uma espacialidade na distribuição sonora e o uso da eletrônica de acordo com a vontade do freguês (mais com a Bebel, quase nada com o Mestre Ambrósio), mas sempre totalmente a propósito. +
E aí ele produziu grande parte dos álbuns com a melhor sonoridade desta década. Lembrando sem consultar: Tanto tempo, da Bebel Gilberto, que a projetou internacionalmente; Fuá na casa de Cabral, segundo do Mestre Ambrósio; Benzina, do Edgard Scandurra; O silêncio, do Arnaldo Antunes, e por aí vai. +
Estava lembrando do Suba e de como ele abriu uma porta da música brasileira para o eletrônico há mais de 20 anos. O Mitar Subotić fazia música eletrônica na sua Iugoslávia, até que veio parar no Brasil na década de 1980 fazer pesquisa de ritmos... e em 1990 resolveu ficar por aqui mesmo. +
Não tem nada melhor que uma rede em que não é o algoritmo que manda, e você vê quem você segue.
Se certamente sua carreira cresceu depois do Coachella, ela pode sair ainda maior disso, e artisticamente ainda mais interessante – que é o que importa afinal.
VALE
Ludmilla, no texto que publicou em sua defesa, afirmou que a mensagem contra a intolerância em seu trabalho está acima de qualquer dúvida. Concordo plenamente, e justamente por isso ela não faria mal em admitir a leitura enviesada que o vídeo permitiu, e tocar a bola pra frente. +
A alegação de que se tratar de um retrato imparcial não se sustenta, já que outras visões religiosas não se fazem presentes. Há algo aqui que precisa ser apontado.
Outra coisa é qualquer tentativa de crucificação dela, pode se revelar muito mais preconceituosa que qualquer frame do vídeo. +